29 de junho de 2022
A UFV inaugurou, nesta terça-feira (28), quatro obras do campus Viçosa que receberam investimentos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). São prédios com infraestruturas multiusuárias, que atenderão a diversos cursos e projetos da instituição e serão fundamentais para o desenvolvimento de pesquisas que envolvem diferentes equipes e equipamentos de alta tecnologia. As obras foram gerenciadas pelas pró-reitorias de Administração – por meio da Diretoria de Projetos e Obras – e de Pesquisa e de Pós-Graduação.
As inaugurações contaram com as presenças do ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo César Alvim; do presidente da Finep, Waldemar Magno Neto; do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Evaldo Ferreira Vilela, e do diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq e professor da UFV, Og Francisco de Souza, entre outras autoridades.
Na parte da manhã, o reitor Demetrius David da Silva e a vice-reitora Rejane Nascentes levaram as autoridades para conhecerem as instalações do Parque Tecnológico de Viçosa (tecnoPARQ) e do Laticínio Escola. No tecnoPARQ, o presidente da Finep, Waldemar Magno Neto, lançou uma chamada nacional para o Programa de Apoio à Comercialização de Propriedade Intelectual. O Programa destinará R$ 75 milhões para apoiar empresas que desejam testar a viabilidade de produtos, processos e serviços inovadores baseados em ativos de Propriedade Intelectual de Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação. O edital será divulgado oficialmente no site da Finep.
À tarde, as autoridades, pró-reitores, servidores e funcionários participaram da cerimônia de inauguração das obras na sede do novo Biotério. Representando os diretores dos centros de ciências da UFV, o diretor do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, João Marcos de Araújo, destacou a importância das estruturas, listadas abaixo, para o desenvolvimento da pesquisa científica na Universidade, ressaltando que o planejamento da atual administração da instituição foi fundamental para que fossem concluídas em meio a importantes contingenciamentos de recursos nos últimos anos.
Para o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Raul Narciso Guedes, as obras inauguradas beneficiam toda a Universidade, preveem o crescimento de áreas fundamentais da ciência e são de uso multidisciplinar e multi-institucional, abrindo espaço, inclusive, para parcerias internacionais.
O presidente do CNPq e ex-reitor da UFV, Evaldo Ferreira Vilela, elogiou a qualidade das obras realizadas e o bom uso que a instituição sempre faz dos recursos públicos. “O que vemos aqui é extraordinário. A ciência não avança sem infraestrutura e temos certeza de que o que inauguramos aqui será muito bem utilizado para a boa ciência que a Universidade realiza”, disse. Referendando a fala do presidente do CNPq, o presidente da Finep, Waldemar Magno Neto e o superintendente da Financiadora, Ricardo Rosa, ressaltaram que essa combinação de pessoas e infraestrutura de qualidade é que contribui com a geração de pesquisas que transformam a sociedade.
O ministro Paulo César Alvim elogiou o esforço da UFV em concluir as obras e a qualidade do que foi executado. Ele ainda destacou a importância das pesquisas que serão realizadas nas novas estruturas dizendo que “a ciência é o caminho de desenvolvimento do país, não há outro”. Paulo César Alvim também se dispôs a apoiar projetos da Universidade para ocupação dos novos prédios e para o tecnoPARQ. “Estamos em uma casa da melhor ciência brasileira”, finalizou o ministro.
O reitor da UFV lembrou que as obras são construções coletivas, que contaram com a participação intensiva de muitas pessoas que idealizaram os projetos e lutaram pela realização. Ele também destacou a importância da parceria com a Fundação Arthur Bernardes (Funarbe) no gerenciamento dos recursos. “Ao lado de uma grande universidade sempre temos uma grande fundação de apoio”, disse ele.
Demetrius explicou que os novos prédios começaram a ser construídos em 2010, foram paralisados e, depois, retomados com o aporte financeiro da Universidade, além dos investimentos da Finep. “A UFV usa com muita qualidade cada centavo investido aqui. Mesmo com falta de recursos, assumimos o propósito de concluir estas obras tão importantes para a instituição, conseguimos captar novas verbas e só temos a agradecer ao empenho de todos os que contribuíram para a finalização”.
Falando diretamente ao ministro, o reitor lembrou que, depois da inauguração, a administração precisa se preocupar agora com a manutenção dos prédios diante de enormes desafios orçamentários. Demetrius citou os cortes no orçamento das universidades, que ultrapassam 50% das verbas disponibilizadas em 2019, e as dificuldades em repor os servidores que estão se aposentando. “É um pedido de socorro, o que fazemos aqui, ministro. Estamos chegando a um ponto insustentável, que ameaça a continuidade das atividades acadêmicas já no segundo semestre deste ano”, concluiu o reitor.
Localizado próximo ao Departamento de Veterinária, com um investimento de R$ 515.206,41 e uma área de 305,95 m2, o espaço será utilizado para abrigar equipamentos como fitotrons, que oferecem ambientes supercontrolados para crescimento de plantas. O local atenderá às pesquisas de diversos departamentos, como Fitotecnia, Fisiologia Vegetal, Fitopatologia, Biologia e Entomologia.
Localizado ao lado do Museu Histórico e Pinacoteca da UFV, com um investimento de R$ 7.236.604,77 e uma área de 3.756 m2, o edifício sediará laboratórios multiusuários que utilizam grandes equipamentos, como os vinculados aos departamentos de Física e de Estatística. Dois andares serão destinados ao armazenamento, gerenciamento e processamento de dados gerados por pesquisas realizadas em todas as áreas de atuação da UFV e que poderão ser reutilizados. O objetivo do Idata é ser referência para catalogação, acesso e utilização segura de metadados, criando um acervo de pesquisas e de dados institucionais que poderão ser acessados, se permitido pelos autores, até mesmo fora da instituição. Futuramente, o Instituto também será utilizado para abrigar um centro de inteligência artificial aplicada ao agronegócio.